sexta-feira, 16 de março de 2018

"A irreversibilidade do tempo" (...) 398




"A irreversibilidade do tempo" (...) 398

Desde Agosto do ano transacto que deixamos esta "página em branco", porquanto outras temáticas urgentes que impõem a nossa concentração necessária,  face ao aproveitamento que urge reter, foi o motivo pelo qual nos mantivemos ausentes temporariamente.

Assim, face a notícia do desaparecimento físico, nesta semana,  de Stephen Hawking, não podia deixar passar o momento sem que tecesse as nossas considerações, que segue da seguinte forma:

Sim, efectivamente, este homem marcou uma época, consideramos nosso contemporâneo, vivemos até alguns dias atrás momentos de grande “efemeridade”, pois deixou-nos justamente nesta semana, a sua falência física, oriunda da degeneração orgânica e material.

Afinal temos razão quando enfatizamos a “verdade” de que somos matéria perecível que se degrada, obviamente pela ocorrência da corrupção orgânica, uma vez que somos formados desta especificidade, irreversivelmente vencidos pela morte material.

Mas continuando a falar sobre este homem, tivemos pontos coincidentes aos quais estivemos perfeitamente de acordo e perfilhamos  o facto de que se não cuidarmos desta “casa plural” em que habitamos certamente que pagaremos a factura “mais tarde”.

Muito embora já se ressente um tal “mal estar” a forma como tratamos dos recursos naturais em que o desleixo, a incúria e a sofreguidão exacerbada de ter e possuir o máximo em que os interesses económicos se sobrepõem, a qualquer preço, mesmo que para isso coloque em questão a qualidade de vida humana desejável, porquanto o “último que feche a porta”.

Chegou de facto para nós humanos tamanha irresponsabilidade. Este homem que rendeu o espírito e que jaz certamente no “anonimato”, porque ninguém sabe para onde foi.

Embora temos afirmado peremptoriamente que somos matéria, no entanto uma outra dimensão de vida sobrenatural ocorrerá na vertente alma-espírito.

Certamente que se manterá, o  “status” que a compreensão humana está à quem de o entender, face ao obscurantismo subjacente, talvez premeditado (…).

Que não é possível ao actual mundo material conhecer de uma outra dimensão (…), porquanto temos vindo a extrapolar o que ocorrerá subsequentemente (…)?!


Sendo que para isso experimentar a vida material que vivemos é imperativo, podendo-se mesmo a afirmar obrigatório viver no actual mundo em que habitamos revestido de um corpo matéria-perecível.

Quanto a vertente espiritual, que acreditámos ser esse o destino último deste homem, quiçá de toda a humanidade, uma vez que submetidos ao desfecho de uma vida que se vive e que termina no actual espaço global onde estamos inseridos.

É verdade que temos também extrapolado para esta verdade incomensurável e certamente que não é pacífica da forma como o abordamos em nossos temas sob o título. “A irreversibilidade do tempo” (…).

É evidente que este mesmo tempo que nos escraviza, que aprendemos a conviver com ele, a representarmos, cada um no seu papel, com mais ou menos protagonismo, mas é assim a vida (…).

Quanto a este homem Stephen Hawking, admiramos confessamos sobretudo pela coragem de se confrontar face a irreversível doença que o atirou irremediavelmente para uma suposta inércia, contudo nunca conseguindo vencê-lo, porquanto ele teimosamente reagiu a esta adversidade.

Escrevendo e prosseguindo na sua convicção do “homem físico”, que era a especialidade aliada a sua “alma-mater” que ele acreditava, ao qual teceu consideráveis pontos de vista e notáveis alertas, que ficando em “banho maria” a semelhança de “lume brando” que se consome (…).

No tempo em que vivemos afinal também temos referido nos nossos discursos que a ansiedade de “viver” aos humanos é uma constante e este homem  não fugiu à regra marcado por este anátema de vida “vivida” em  situação instável.

Assim, resta-nos desejar paz à sua alma, e a vida que viveu “descontente”, possa eventualmente ser compensada noutra dimensão de vida (…), pelo défice de uma vida que lhe coube viver nessas circunstâncias.

Na expectativa de puder deixar mais algumas percepções sobre o nosso tema a “irreversibilidade do tempo”. António Cardoso.

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