quinta-feira, 16 de junho de 2016

"A irreversibilidade do tempo" (...) 125




A perspectiva que concebemos sobre o tempo reside na relação dos seus elementos, os agoras , instantes e momentos são estes os elos de uma circularidade interminável e sucessiva provocando este movimento circular em que o substracto que lhe dá corpo é o tempo.

Se tivermos em consideração que o tempo esta razão de ser em cada um de nós, porquanto se prende toda uma história em que nós figurámos nele como parte integrante, sobretudo pelo facto de termos nascido em tempo X., porque não se pode reverter os acontecimentos.

É obviamente um constrangimento um outro fenómeno, o da morte, cujo ritual impossível também de reverter, fazendo com que coabitemos com esta insanável realidade.

Claro que em determinado tempo em que se "vive" o indivíduo tem consciência experienciada da irreversibilidade dos acontecimentos, sabe que categoricamente o tempo não volta atrás e a irreversibilidade é o seu "carrasco".

Temos plena convicção de que os personagens cuja vivência com o tempo é sinónimo de relação e de entrega, porque estão consciencializados de que "só se vive uma vez".

Este personagem da vida real, encena o "dilema" da vida, mas não se revê nela, por dissimula para ofuscar a "efemeridade" mordaz e latente da vida que se apresenta todos os dias.

É de facto uma vida "vivida" com a inquietação da contingência, do imperativo de viver, levando por diante este inevitável desígnio tão actual que pressupõe uma vontade férrea de existir, enquanto vida física material.

Esta visão que temos sobre o tempo que constituiu a sua experiência sobretudo porque o tempo é eternamente presente na nossa perspectiva.

Estar sob a acção do tempo significa estar a sua mercê e suas consequências, certamente que não existe em determinado tempo passado (...), algo que não seja "vivido".

E talvez também não exista algo que passasse despercebido, eventualmente esquecido, alguma lembrança ou pormenor, uma falibilidade intrínseca do indivíduo.

O tempo e a irreversibilidade e seu efeito "devastador" decorrente da experiência que já evidenciamos, que não se pode reverter pela inevitabilidade de toda uma vida (...), que está por ela condicionada.

Esta vida material é como que um "estágio" no tempo em que uma preparação para outra "dimensão de vida", na qual o espírito prevalecerá, depois obviamente de abandonada a carne, esta existência física.

É transcendental esta "visão" que se assenta em âmbito espiritual que prevê o retorno a "vida efectiva" que não esta material submetida a degradação do corpo-matéria, perecível.

Necessariamente que não é linear a absorção deste imperativo por parte da esmagadora maioria dos indivíduos concluírem esta reflexão.

Contudo, o que acreditam é que terminada a permanência da vida material, a existência física é extinta, em outras palavras o indivíduo "deixou de viver".

Esta percepção que temos vindo a reportar nos nossos excertos anteriores , não é somente uma visão material, existe algo (...), que nos interpela para esta realidade.

Com efeito, seriamos os seres mais "desgraçados", caso esta vida actual que vivemos , fosse tão inoportuna, que não é, se resumisse apenas a esta "vida material" degradante e efémera.

Assim o nosso discurso procurou a direcção exacta parta deixar mais algumas considerações sobre o tema a "irreversibilidade do tempo". António Cardoso


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