No tempo e na vida que se vive existe a convicção
que se traduz pela actual “existência física”, uma vida concreta de que “alguém”
é portador, uma certeza que é a vida de A, B ou C.
Evidentemente que a vida da pessoa A, B ou C é uma
relação de pessoa para pessoa, sendo por isso exclusiva cada uma tem
inevitavelmente um “tempo de vida”.
Que é “aquele tempo” que lhe couber porque terá que
viver no actual espaço global onde se está inserido.
Porquanto
as pessoas mantêm com o tempo uma vivência,
tempo e pessoa, a semelhança dos factores de uma fracção, o numerador e
o denominador, sendo que o numerador é o tempo infinitamente superior que o
denominador que é a pessoa A, B ou C.
Examinando
os vínculos entre tempo e pessoa, a ligação que se estabelece é forte e
indissolúvel como se de um casamento se tratasse, em que uma das partes cessa
esse vínculo por ocorrência da morte.
No
caso do tempo, ele continua sempre, com o cônjuge A, B ou C, sendo portanto a única diferença, mas o que
está patente nesta extrapolação para a realidade da vida (...) é que o tempo e
pessoa estão intimamente ligados.
Acontece
que o tempo é que "encerra determinado espaço de tempo de vida", uma
incógnita, porque ninguém sabe qual o tempo de vida que viverá.
Se tivermos em
consideração, que é em determinado período, uma época X, uma vigência temporal
que determinada pessoa vive, porque certamente o seu destino "último"
ocorrerá inevitavelmente.
Assim,
a diferença existente incide principalmente sobre as pessoas, porque estas
terminam condicionadas da "vida material" que vivem no actual espaço
global.
Porque
é uma "vivência temporária" e que termina (...) ainda que se
perspective determinado futuro sucederá certamente.
Contudo
é a característica da vida que indica esta particularidade infalível existir em
determinado tempo, e deixar de existir(...).
Porque
se é organicamente constituído por corpo-matéria perecível, submetido às
condições das leis naturais, porque tudo o que é material e orgânico,
degrada-se esse fenómeno é irreversível.
Claro
que o momento presente em que se pondera (...) é deprimente e nostálgico o fim "trágico
da vida", que é a sua extinção como matéria.
Porque
a espécie humana é revestida de um corpo, enquanto existência física, a viver
determinada "vida material".
Este
imperativo com qual a humanidade já se habituou a viver constitui uma
"marca" no tempo, mais do que uma representação simbólica, é algo
mais sério implícito na vida das pessoas.
Assim,
na expectativa de que o nosso discurso puder deixar mais algumas considerações
sobre o tema a "irreversibilidade do tempo", fizemos desta forma.
António Cardoso
Sem comentários:
Enviar um comentário