terça-feira, 12 de janeiro de 2016

"A irreversibilidade do tempo" (...) 12




A perspectiva do "tempo" esta realidade avassaladora que nos mantém inertes ou com actividade pelo entusiasmo  decorrente de algo que qeremos fazer.

Persegue-nos uma vontade e convicção a levar por diante o ojectivo de algo determinado que nos inclina para prosseguir.

É preciso o "tempo", ele dirige como que um maestro de uma orquestra, porquanto ao fazermos algo, limita-nos esta temporalidade que acompanha o nosso trabalho, persuadindo se há ainda hoje mais tarefas para fazer ou não, e se o "tempo" chega para tal.

É justamente o "tempo", a inferir responsabilidade e a condicionar que é irreversível, isto é, porque passa o tempo e não volta atrás nada se repete, os instantes ou apices do "tempo" são telegráficos, passa-se tão repentinamente, a hora e o momento são determinantes para o sucesso ou estagnação mórbida, ou mesmo a frustração ou ainda o cancelamento, de algum projecto ou expectativa.

Assim o "tempo" este lapso espaço de tempo, algumas vezes escasso sobretudo porque as tarefas ocupam mais "tempo" e não chega, porque é ele o ponto de partida e chegada.

Há o recomeço de novo dia, "novo tempo", mas a história  se repete, talvez não se cometam os mesmos pressupostos, evitam-se os erros, e as perdas de "tempo".

Foi sempre assim e será sempre, o "tempo" reeduca-nos para o inadiável, o que se tem de fazer, deixando sempre uma porta aberta a oportunidade de um "novo tempo", uma nova vida (...)

É o refazer, que acontece na vida de qualquer ser humano, com as suas insuficiências o que se aprende com o "tempo".

E há outros (...) que jamais aprenderão, porque estão indexados ao seu "mau comportamento" face ao "tempo", desprezando-o.

Como dissemos ele passa, se passa (...), parece que foi ontem que estivemos a brincar no parque como crianças, hoje adolescentes e jovens, agora adultos, amanhã envelhecidos por este "tempo" que é sempre o "mestre".

Ele ensina-nos que nunca se sente ultrapassado, nós que com ele vivemos, quantas vezes somos ultrapassados e até corremos o risco da irreversibilidade, quando já não o conseguimos apanhar (...).

É como uma carruagem de um comboio que nos propusemos apanhar, enfim, partiu (...), porque nesse lugar, a janela onde sentávamos a usufruir da paisagem e ao mesmo tempo a levitar com os nossos pensamentos (...), talvez sobre nos tempos idos a lembrarmo-nos em que faziamos o mesmo percurso.

Que nostalgia o "tempo" nos reserva e o professor é ele, igual a si mesmo, intransigente, discreto, amigo, com ele, privamos tantas confidências.

São momentos que ficam na retina e nos enchem de sensações diversas, quantos segredos ele ouviu, e até hoje os guardou.

Ensinou-nos que, o que não interessa ele apaga, sejamos nós a lembrá-lo apenas as "coisas boas".

Porque as ruíns, sim as ruíns têm nele um lugar adormecido, justamente para  não nos lembrarmos da adversidade, dos obstáculos, das dificuldades.

Ele o "tempo" é moralizador e pacificador, quer dar-nos a paz interior, connosco e com ele, ele sabe de tudo e não revela pretensiosidade.

Somente nalguns momentos ele interpela-nos, porque nós lhe perguntamos? (...). E ele sensorialmente, com delicadeza, aliás uma característica imprescíndivel, fala-nos interiormente.

E nesta sintonia de o escutarmos é que reside os momentos áureos da "nossa vida", sobretudo os mais decisivos.

Não estamos sós, ele esteve sempre presente, e deixa-nos, o nosso livre arbítrio, ele é democrático, zeloso das questões sérias.

Ele, o "tempo" conhece a idiossincrasia dos humanos, de cada um, na sua especificidade, no entanto, ele consegue coabitar com todos.

Na doutrina e nas ideias, ele nunca se aliou, esteve neutro, deixando os seus protagonistas actuarem, por exemplo: Santo Agostinho que no passado teve uma vida dissoluta, converteu-se  ao Cristianismo, sua mãe Santa Mónica desempenhou o papel de mãe para que ele deixasse aquela vida, que se chegou a provar que não era a sua, chegando a ser o Bispo de Hipona no Norte de África, actual cidade de Annaba.

No  entanto, sabemos que foi Santo Agostinho "o Angélico", que deixou um grande acervo literário que constitui, sem sombra de dúvidas, um "ex-libris" sobre a matéria que ele esboçou e traçou abundantemente, bem como o manancial da visão teológica e filosófica da visão da Igreja sem precedentes, considerado por muitos uma personalidade ímpar desse tempo.

É sempre falando sobre o tempo, que as nossas conjunturas se afloram, trazendo ao "lume" e a "discussão", tão somente da verdade que o tempo esta irreversibilidade não apaga. António Cardoso

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