segunda-feira, 16 de maio de 2016

"A irreversibilidade do tempo" (...) 104







O tempo é este momento pelo qual a irreversibilidade que o dissipa tornando "esse tempo passado", uma existência única, sobretudo porque imperou em determinado momento (...), decorrente da multiplicidade de uma série de acontecimentos que foram de facto efectivos.

Porque em "dado momento" é ele o tempo o "crucial", o dominador, contudo a sua existência como tempo "escudado" pela condição que lhe está subjacente.

No entanto o tempo se "auto-consome", sobretudo porque a "irreversibilidade" que lhe está intrínseca com a finalidade única de o "consumir".

Parece que existe um paradoxo, Porque é que afinal o tempo se consome? A resposta é telegráfica o que queremos dizer é que o "tempo presente", o "agora", já é um tempo condicionado sujeito a "irreversibilidade", porque se esgota.

Nessa perspectiva de que o "tempo se consome", é de facto evidente se tivermos em consideração que determinado tempo X.

Por exemplo: A nubente que se vai casar, tem hora marcada estipulada para efectivar o acto, quer seja religioso ou civilmente, o ritual a seguir é a obrigação de que ela terá que estar naquele exacto momento para consumar o acto.

Contudo o ritual que se circunscreve na verbalização que alguém com essas funções tem poderes para inquirir a nubente desse seu propósito, este preciso momento em que tudo decorre é imprescindível.

Com efeito, por constituir o momento X em que findo o qual "instante ritual", a "irreversibilidade" nesse momento consumiu também o seu propósito, que é concretamente, a conclusão desse acto em que gastou o tempo X, que já é passado porque se tornou irreversível.

Porquanto "esse tempo" cujo imperativo foi uma constante o ritual desse casamento, o que pretendemos dizer é que o tempo corre vertiginosamente levando consigo o seu complemento àquele que o "dissipa" que é a "irreversibilidade".

Por consequência, o instante, o momento que "fora", aquele que existiu, já não o é, deixou de o ser, para se afirmar passado e constituir a "irreversibilidade".

Este fenómeno acontece insistentemente na vida da humanidade que já se habitou a "viver" com este imperativo.

A realidade de um tempo, é o seu tempo actual àquele em que se utiliza para fazer algo (...) e constituir tempo histórico, porque se evidenciou motivo plausível para enaltecer o momento.

Como é o caso, por exemplo: a inauguração de uma nova Estação de comboios, marcada para hora determinada, um orador, uma inscrição comemorativa e o instante histórico que vai constituir o momento singular desse evento.

São estes momentos que o tempo regista porquanto ele, "intemporal" acompanha a multiplicidade de actos e acções, contudo, o "momento" por ser único que traz por apêndice já a sua "irreversibilidade".

Assim o nosso discurso procurou a direcção exacta para deixar mais algumas considerações sobre o tema a "irreversibilidade do tempo".António Cardoso

Sem comentários:

Enviar um comentário