sábado, 28 de maio de 2016

"A irreversibilidade do tempo" (...) 112








O tempo e a irreversibilidade um e outro desenvolvem o mesmo percurso, sendo que a irreversibilidade a cada instante imprime o seu desígnio de sancionar o instante este ínfimo (...) momento.

Que foi um instante e deixa de o ser para dar lugar a outro instante de tal forma que enquanto o tempo é irrepetível a irreversibilidade descreve a sua circularidade contínua de um trajecto incessante.

Como se um movimento rotativo e circular se tratasse descrevendo repetidamente o mesmo percurso sem um nunca mais acabar (...).

É esta particularidade que a irreversibilidade por se apoderar do instante em que tudo também acontece (...), porquanto essa imperatividade sucede no tempo e concomitantemente na irreversibilidade.

A irreversibilidade é  como o próprio nome indica algo (...) que não se consegue reverter, significa que é irreversível que não volta atrás.

Cujo carácter que partindo do ponto determinado A em que se verifica substancialmente a alteração para o ponto B, jamais é impossível regressar ao seu estado inicial.

A realidade é assustadora e nos interpela, sobretudo se tivermos em consideração que o tempo é tão efémero em que diversas conjecturas, percepções, divagações, etc uma série de extrapolações em que a humanidade se vê confrontada.

Sendo que o tempo percorre velozmente, jamais parará, nós é que nos detivemos, porquanto cessamos nesse percurso e ele continua (...).

Por outras palavras subentende-se que "cessar" é terminar, significa dizer que o indivíduo em particular tem inevitavelmente uma permanência de "vida terrena" e que vive no tempo nesse nosso espaço global onde nos encontramos.

Por consequência a "vida terrena" ou vida material é esta que o indivíduo vive e na qual a sua existência física está condicionada porque ele não vive sempre.

Daí que afirmamos que o indivíduo "cessa" em determinada altura, porque deixa de existir, a falência física condicionada ao seu "status", portanto condição orgânica que está submetido por ser corpo-matéria perecível.

Enquanto que o "tempo" esta grandeza incomensurável, tem o seu percurso, a humanidade formada organicamente, isto é, o indivíduo em particular não é possível acompanhar o tempo no seu percurso.

Porque o indivíduo tem o seu tempo de existência física, enquanto o tempo continua sempre.

O que significa dizer que o indivíduo em particular, tem uma permanência de vigência de "vida terrena" será X ou Y, como é natural, a vivência de cada um em existência física, varia de indivíduo para indivíduo.

É sintomático que queremos sempre viver bem na vida, mas a verdade é que não temos prioridades (...). A correria do dia-a-dia faz com que não conseguimos distinguir trabalho, lazer e tempo para a família.

Por isso a ordem natural dos nossos planos às vezes são apenas algumas lembranças e não passam disso mesmo, porque misturamos tudo, trabalho, lazer e família, e nem temos tempo para nós próprios.

Assim perde-se a felicidade de cada momento da vida presente, porque estamos submetidos às amarguras do passado impedindo a felicidade do amanhã.

Há sempre um momento para recomeçar e esta capacidade humana é bem mais forte para encarar a vida e afastar as decepções.

 O hoje começa agora, é recomeçando, nunca deixar para amanhã o que pode fazer hoje, actualmente, é o momento, o instante, aquele que é determinante de modificar tudo para melhor.

Sabemos que as aparências não passam disso mesmo, o dinheiro não compra a felicidade, o amor, etc., é preciso buscar a paz interior no lugar certo e seguir os detalhes que o nosso subconsciente nunca se engana.

Assim o nosso discurso procurou na expectativa de deixar mais algumas percepções sobre o nosso tema a "irreversibilidade do tempo", fizemos desta forma. António Cardoso

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