segunda-feira, 30 de maio de 2016

"A irreversibilidade do tempo" (...) 113







O tempo e a irreversibilidade têm uma estreita relação, embora caminhem juntos cada um representa o seu "papel" específico, sobretudo porque o tempo por estar no topo da hierarquia ele constitui esta "grandeza intemporal".

Como que uma pirâmide cujo vértice está voltado para cima adquire uma visão semelhante a da "águia", cuja imponência e soberania acrescida da perspicácia estão patentes.

Sendo que a irreversibilidade vive anexada ao tempo, porquanto tem a missão de absorver os "espaços de tempo" em que convive com o tempo, os momentos, os instantes constantemente renovados por um círculo interminável que se  vai consumindo gradualmente.

O tempo que é representado por agoras, instantes e momentos, que vêm e que passam, os agoras, sob a perspectiva linear servem como que de uma linha recta infinita se tratasse, que vai consumindo os instantes uns atrás dos outros infinitamente.

No entanto, o tempo não pode "esconder" esta inquietação latente e existencial que é o aguilhão da sua irreversibilidade, sendo esta abstracta, matemática e geométrica, que o tempo tenta ignorar.

A compreensão que temos do tempo é que existe uma passagem um movimento contínuo e com ele segue a irreversibilidade e nessa existência temporal.

Uma cadência cujo ritmo pressupõe que nos lançamos  num turbilhão imenso de "afazeres" e precipitamos as nossas tarefas pela cobiça de termos mais "tempo" para concluirmos outras tarefas.

Essa percepção pela falta de mais "tempo" para outras tarefas, não é mais do que a "leveza" do tempo ao passar já com o "rótulo" dessa irreversibilidade porque este a dado momento esgotou-se por isso falta tempo para outras tarefas.

O tempo que nós somos é um tempo "real" de partir para um futuro, existir, sendo que a existência é sempre no sentido de futuro que caminhamos para algo (...).

O tempo é o futuro primordial e é a nossa existência com o qual vivemos e que nos dá a plenitude de alcançar os nossos propósitos.

Sendo que também constitui a reflexão que aquando da nossa "concepção" até a finitude como existência física, um futuro que se apresenta pela frente que teremos que viver irreversivelmente.

É este dado insperado que continua a despertar no subconsciente esta realidade que se inscreve no simples facto de termos nascido e consequentemente submetidos  a uma "vida material".

Existir é conceber na memória este desígnio inculcado em nós que assumimos a responsabilidade de conduzir esta existência física e temporal a "bom porto", vivendo harmoniosamente com a convicção de que esta "vida terrena" ou vida material é efémera.

E por consequência submetidos a um "mistério" cuja origem está remetida ao nosso destino (...) que é a eternidade, concretamente a plenitude e simultânea posse da vida.

Por enquanto esta vida material que temos em circunstância alguma ela, não é definitiva, é provisória como que uma ante-câmara que representamos cada indivíduo, à sua maneira, num palco que é o teatro efémero da vida.

Assim nosso discurso procurou a direcção exacta para deixarmos mais algumas percepções sobre o nosso tema a "irreversibilidade do tempo" António Cardoso

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