É no tempo em que vivemos que encontramos uma serenidade, um
bem-estar com a vida, como se de um “crédito” a nosso favor fosse atribuído.
E com efeito, de facto é um “crédito”, a ter em
consideração, uma conta aberta a semelhança de “conta bancária”.
Que nos é dado no começo da vida, que e a própria existência,
no caso concreto, é uma vida material que usufruímos no actual espaço global
onde estamos inseridos.
Assim, é conveniente referir que dada a estrutura orgânica
de que somos formados, um revestimento que é o
corpo material, submetido as leis naturais que a existência humana é assim
constituída.
Ao longo da vida e nesse tempo útil, a componente material
que é o nosso corpo, um “bem não duradouro”, irreversivelmente vai perdendo às
suas propriedades.
Justamente pelo enfraquecimento do organismo, a falta das unidades
fundamentais que são células, por ocorrer essa disfuncionalidade caracterizada
pela falência orgânica.
Ao acontecer determinada "anomalia orgânica" é uma
exigência imperativa do normal funcionamento que envolve disfunções que
traduzem em falência dos órgãos e demais componentes, como são as células.
Claro que a vida útil, é a "desejável", porém condicionados que se está a viver
determinada "vida material", este pressuposto já em si é uma contingência.
Inevitavelmente terá um desfecho que é a extinção da matéria de
que somos formados, por ocorrência do fenómeno da sua degradação, uma
consequência implícita nas leis naturais.
Contudo, observa-se a influência
de um determinismo que é a consequência em que se suportam certas
"causas" porque as limitam.
Sendo por isso categórico, no entanto, e discorrendo sobre esta situação,
"incómoda", porque certamente gostamos de viver "indefinidamente
(...).
Contudo, cientes da situação prevalecente, não existe por onde recorrer
como forma de inverter o percurso no tempo, que cabe a humanidade em geral e a
pessoa em particular "percorrer".
Este período durante o qual, sendo único por dizer respeito a "alguém", é natural que a
intenção é a de preservar no sentido de prolongar por mais tempo, esta
permanência de "vida terrena ou vida material" que será como um imperativo consignado no tempo (...).
Permanência essa, que equivale a dizer que é um determinado
tempo de permanência, como tempo "vida material" a viver no actual espaço global, contudo, enquanto existência física.
Que certamente ocorrerá o seu "desenlace" o
desprendimento da "vida material", porque tem em si, um fim único,
pela extinção da matéria a que somos formados organicamente.
Temos referido, tratar-se irreversivelmente da condição imposta
a humanidade que a realidade insofismável, contudo, a espécie humana para além
da sua constituição orgânica tem uma vertente, alma, espírito.
Esta outra realidade (...) que não é conhecida nem experienciada
no mundo em que vivemos, dado o seu "secretismo", aliada a sua
inacessibilidade, tem constituído tamanha incompatibilidade ao seu
conhecimento.
Porquanto, pensamos que é impossível ao actual nosso mundo em
que vivemos, sobretudo por ser material conhecer do que "se passa",
noutra realidade (...) que é sobrenatural.
Daí que é antagônico qualquer discussão sobre o assunto,
porquanto, esse "conhecimento" está vedado ao mundo material, é
necessário uma "passagem", a que chamamos noutros discursos,
"metamorfose", transcender-se deste mundo material.
Assim, na expectativa de puder deixar mais algumas considerações
sobre o tema a "irreversibilidade do tempo", fizemos desta forma.
António Cardoso
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