segunda-feira, 28 de março de 2016

"A irreversibilidade do tempo" (...) 57







A irreversibilidade é tão radical que o tempo já se conformou, porquanto é ele mesmo (...) noutra dimensão que a sanciona, sobretudo porque o tempo decorrido "já não volta atrás".

Por isso é que o tempo de "mãos dadas" com a irreversibilidade sendo que esta é imperativa e o tempo conhece os fundamentos dessa inevitável irreversibilidade.

O tempo e a irreversibilidade desenvolvem o mesmo percurso (...), porquanto o que é passado terá sido o presente que o tempo exerceu sobre ela, que a sustentou enquanto durou (...) agora já é passado por ser categórica dessa radicalização.

O tempo que fora "aquele instante" decisivo e absoluto e eis que se dissipou, existiu e consumiu-se é assim a irreversibilidade. 

Tudo que acontece na nossa existência, desde a concepção natural do ser humano e os períodos subsequentes é como uma "linha rectilínea" contudo não sendo excepção, essa linha contém avanços e recuos, havendo às vezes alguma estagnação.

Não é "como adquirido" tudo o que fizemos na nossa vida, a "irreversibilidade" acompanha-nos-sempre, e é com ela que já nos habituamos a viver, pela inevitabilidade irreversível que a vida encerra.

É um facto verosímil, "viver uma vida", significa experiência, indução, percepção, anseios, pretensões, frustrações e "apetências várias", contudo algumas infrutíferas.

É notório os "momentos em que o desequilíbrio" esteve reinante por alguns períodos dilacerando as "muralhas" interiores onde se aloja a eficácia, a ponderação, a descrição, a lógica e a relatividade.

Porquanto é preciso às vezes relativizar algo (...) para não extremarmos posições que poderão jogar contra nós.

O tempo sendo ele o "acontecimento dos acontecimentos", porquanto está e estará, é o  primeiro a chegar aliás uma condição específica pontual e discreto.

Porquanto ele tem o necessário conhecimento para suster ou continuar, algo que projectamos, sobretudo pela contribuição dos seus "conteúdos" assertivos inerentes em situações determinadas, que evidenciam confiança bem como a certeza do que percepcionamos.

O tempo e a irreversibilidade são também a "face da mesma moeda" se por um lado o valor dessa moeda é X, o reverso da mesma moeda é de igual valor, portanto.

Estabelecemos este paralelo por esta objectividade, sendo que o tempo é considerado o valor X e a irreversibilidade o valor Y.

Significa dizer que é o mesmo valor, o que continua é o tempo valor X e a irreversibilidade, enquanto esse tempo vigorar nele até extinguir-se.

Por exemplo,  no caso da moeda, ser elemento de troca, tal e qual a moeda ao adquirir algo (...), que se gasta pela obtenção dessa troca, utilizando a moeda.

A irreversibilidade também "se gasta, se dissipa", o que era o presente, passou a passado e assim sucessivamente,

O caso concreto  do "instante" do "momento", que era autêntico e absoluto mas dada a sua "irreversibilidade", ofuscou aquele "momento" para lugar a outro "momento".

É decorrente, obviamente, em que a moeda está sujeita ao valor de troca pelos produtos ou artigos que se compra.

O mesmo paralelismo que estabelecemos com a moeda e o tempo acontece com a "irreversibilidade" enquanto se compra e se gasta, se dissipa, assim é a "irreversibilidade".

 Por ser incessantemente o "renovar" do mesmo processo repetidamente a "irreversibilidade" está submetida ao tempo.

Assim o nossso discurso procurou encontrar a direcção pela qual foi possível trazer mais algumas percepções que temos sobre o nosso tema que é a "irreversibilidade do tempo". António Cardoso

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