O tempo é aquele que tudo lhe está submetido porque tudo
acontece ao seu redor, ele tem conhecimento, aliás para ilustrar esta
afirmação:
É o paradigma de toda a situação que ocorre; acontecimentos,
insólitos, circunstanciais ou não, actos e acções, eventos e comemorações,
inauguração e aniversário ou efemérides.
Assim é o tempo esta incomensurável “grandeza” à mercê das
nossas vidas “gratuitamente”, porquanto desde a nossa concepção deparamos já a reger também o nosso tempo de vigência de “vida terrena ou vida material”.
Supostamente aquele que vai ser o nosso “tempo de
permanência”, enquanto existência humana nesta “vida material”, como é natural
que cada um viverá tão somente o tempo que terá “viver”.
Porquanto, é um imperativo da condição humana “viver”, o
tempo que lhe couber (…), não se trata de nenhum vaticínio nem muito menos “um
destino”.
No entanto, e isto é a nossa concepção que nós fazemos
também o “nosso próprio destino”,levianamente ou ainda por qualquer condicionalismo
consentido que nos deixamos submeter.
O tempo é “comparável” também a um “maestro” de uma orquestra afinada, porquanto, a semelhança de uma
hierarquia , sendo ele, o tempo, no seu topo,
claramente, ele é a “anterioridade sem precedentes” na nossa história
civilizacional.
E assim vimos desfilar diante do tempo; as épocas, eras, os
períodos, os séculos, os anos, os meses, os dias, as horas, os minutos, os
segundos e até mesmo os instantes, estão afinados pelo seu “diapasão”.
Com efeito, o tempo é quem subordina os compassos de espera
nas várias vertentes da nossa vida, por exemplo: uma espera para atendimento num “guichet”, ou
para ser recebido em audiência por alguém, ou ainda esperamos por não chegar o
momento que está marcado para X horas e X minutos.
É assim o tempo, também às vezes é aquele quem “escraviza” pelos momentos em que
se espera pela hora designada.
Quantas vezes na vida (…) ficamos a espera de alguém que vai
chegar, contudo o desespero pelo tempo de espera.
E o insólito acontece esperando por esse tempo de espera. “quem
espera desespera”, diz se popularmente e então esta espera comete desequilíbrios: por se
sair do local de espera, ou porque se está cansado de esperar, ou algum outro
motivo em especial.
Acontece então o “irremediável”,
o desencontro pela hora do local de espera, a hora não foi cumprida, e quem
espera alterou, para pior o encontro que poderia ser (…) e não é, sendo apenas agora o desencontro.
Essas perdas podem determinar a nossa trajectória de vida
(...)a forma como encaramos a vida, pela perseverança, abnegado sacrifício,
pela luta diária, com objectivo traçado, por aquele em que acreditamos.
Destas evidências notámos, que as "lutas" que
travámos foram benéficas porque estavam construídas sob uma base sólida, que
sobrevivemos a estas adversidades.
Resta-nos a satisfação porque percebemos que somos nós que
dirigimos o nosso "percurso"
aquele que cada um irreversivelmente terá que o fazer, apesar da imprevisibilidade
da vida a que estamos submetidos.
Há paradoxos inexplicáveis (...) por isso é que eles
existem, a sua complexidade não dá abertura a sua compreensão por ser
inacessível.
Não é possível encontrar uma linha pela qual nos leve a
estabelecer uma relação, como fio condutor para expormos alguma discussão que
vise aclarar todo um horizonte sombrio, cujo seu semblante não deixa
transparecer a claridade.
Em que se estenda um olhar com a finalidade do seu alcance, contudo a assertividade que
vai se encontrando gradualmente na vida tem sido o equilíbrio por assim residir
também a nossa esperança.
O tempo é como o "Livro dos segredos da vida",
sendo uma condição única: "viver" sob os seus auspícios e compreender
que a vida tem validade que é esta a actual e que cada um tem a experiência, depois de viver uma vida
"vivida".
Assim na expectativa de pudermos deixar mais algumas
considerações sobre o nosso tema a "irreversibilidade do
tempo",fizemos desta forma. António Cardoso
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