O percurso do tempo é interminável (…), enquanto que
determinada pessoa, em concreto tem inevitavelmente também um percurso que o
fará, enquanto existência física.
A viver uma “vida material”, condicionada ao tempo de
permanência que poderá ser X ou Y, que
varia de pessoa para pessoa.
Vivência essa que permite a compreensão de que a vida é
efémera, um fenómeno existencial, enquanto a espécie humana é constituída por corpo-matéria, condicionada a uma
vivência temporal, que se resume a “vida terrena ou vida material”.
Às vezes, acontece que na vida de determinada pessoa, face
as adversidades as correrias frenéticas,
um percurso desenfreado, não no sentido de sem controle, mas arrebatado
por um movimento tal sem moderação.
A semelhança de um "conflito" entre a efemeridade
da vida e a sua metamorfose, em que se espera as mutações da matéria, por um
lado.
Por outro lado, pela ocorrência dessa transformação,
decorrente de organismos vivos face à extinção pela matéria, por consequência
da sua degradação, que é curiosamente o caso “sui generis” da espécie humana.
A efemeridade é também algo despreocupante, por ser tão
fugaz determinado "espaço temporal", poderá ser longo, ou não, no
entanto, a vida quotidiana é repleta de projectos, irrealidades pretensões
percepções, divagações, anseios e desejos.
Ao imaginarmos o futuro que se depara a frente, e a sintonia
que se estabelece com os momentos e a vida, mantendo o equilíbrio em várias
direcções, de facto é difícil, sobretudo pela passagem vertiginosa do tempo.
Como que absorvidos por "grandes sonhos e
quimeras" face a irrealidade da vida, se tivermos em consideração a sua
efemeridade e a apetência pela ânsia de viver (...).
É inexplicável, que determinados desígnios, não passem disso
mesmo, de meras cogitações e perplexidades, porquanto o efeito vida intrínseca
na humanidade é "lacta", no
sentido da sua concretização efectiva.
Traz no seu seio uma dimensão imaculada da realidade, isenta
de subterfúgios, contudo na vida prática, é diametralmente oposta, sobretudo
pelo "aguilhão"das dificuldades, torna tudo mais "efémero"
e de um imaginário apenas.
Contudo, há boas realizações na vida pessoal e na vida
profissional, um autêntico bem-estar com a vida.
No entanto, nos momentos mais resignados, onde tudo não
corre como um "mar de rosas", depara-se com a fragilidade humana e
consequentemente a inevitabilidade da vida afinal que vivemos é de facto uma
"vida material, sujeita às condições da matéria.
Desse pressuposto volta tudo de novo, como se de um principio
se tratasse, começa-se a reflectir de facto da existência humana, enquanto detentor de
corpo-matéria, susceptível à sua degradação.
No entanto, esta perplexidade subsiste na humanidade,
contudo já com a ideia formada e que somos organicamente formados por
corpo-matéria, perecível, e alma, espírito.
Restando, claramente depois de uma vida vivida que é a actual "vida material",
existe outra dimensão, porquanto é uma "virtualidade", que ocorrerá após a falência desta actual vida que vivemos.
Face a sua "inacessibilidade" e complexidade para
referirmos, neste nosso mundo material, algo que não está confinado ao actual
mundo que vivemos, porque é "sobrenatural"(...).
Assim o nosso discurso procurou a direcção exacta para
deixar mais algumas percepções sobre o tema a "irreversibilidade do
tempo". António Cardoso
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