A irreversibilidade consome todo o “espaço temporal”, porque
é seu objectivo reduzir o tempo actual, o agora, o instante, o momento, em “tempo
passado”.
Esta limitação que a irreversibilidade exerce sobre o tempo
com a finalidade de o simplificar e não permitir reverter “determinado espaço
temporal”, por ser impossível.
O que significa que a irreversibilidade é concretamente a
alteração que ocorre de um “determinado espaço temporal” que existiu em
concreto, e por consequência directa dessa
acção já não se pode reverter.
A característica que deve ser considerada na
irreversibilidade, é aquela que não é possível reverter, que aliás é a única de facto, uma alteração
verificada da sua posição inicial.
Quando ocorrida, essa modificação decorrente por uma série
de circunstâncias, o quadro "transfigurou-se" da realidade X que era,
passou para realidade Y.
Porquanto, o que é irreversível, significa que não há reversão
no espaço temporal, enquanto que o tempo descreve o seu percurso gradual e
constante em seu movimento circular, levando consigo a irreversibilidade.
O percurso interminável (...) que o tempo faz, como que uma
fusão entre a experiência desse efémero tempo e o seu "carrasco" a
irreversibilidade.
Uma existência temporal que se identifica como tempo
presente, contudo transformar-se-á em "tempo passado" pela função
irreversível que é exercida.
Assim, o acontecimento da "irreversibilidade" é
uma constante, pela interacção desta sobre tempo, uma cumplicidade que remonta
já há imenso tempo, sendo mesmo ancestral essa anterioridade.
O decorrer do tempo em nossas vidas faz compreender da sua
importância, bem como "daqueles momentos" que foram ou não importantes, contudo, já
passaram (...).
Porque a
irreversibilidade se encarregou de os "consumir", e porque não é
possível voltar atrás, sobretudo pelo percurso contínuo e vertiginoso do tempo.
Algo, que já é "tempo passado", reminiscências
boas ou não, um imaginário desses momentos, que o tempo vai diluindo na sua
passagem, contudo uma busca incessante traz
essa memória, por um lado.
Por outro lado, representa também a satisfação, o libertar-se, pelo desapego, um espírito
livre que se desligou (...), pelo altruísmo e independência.
É a experiência de uma vida "vivida", capaz de
transportar o absoluto e o real como necessidade dessa existência, para com ela
compreender a grandiosidade da vida e da sua essência.
As multifacetadas situações com as quais, nalguns casos se
mergulha em "êxtase” pela inexplicabilidade
da vida (...), que continua a ser o enigma da actualidade dos nossos dias.
Na expectativa de puder deixar mais algumas considerações,
sobre o tema a "irreversibilidade do tempo", fizemos desta forma.
António Cardoso
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