Prosseguir uma direcção significa continuar a
percorrer determinado caminho que leve a algum objectivo em concreto (…).
É o que acontece na
vida em que vivemos teimosamente seguimos determinado trajecto um espaço que
percorremos, contudo, numa única direcção até ao seu términus.
Se considerarmos que
ao viver a actual “vida material”, porque está implícita na humanidade esta
permanência de “vida terrena ou vida material”, que obrigatoriamente teremos
que a viver.
Esta submissão
imperativa exercida sobre a humanidade em geral e a pessoa em particular,
sintetiza na verdade que é esta a actual vida que vivemos.
Esta pretensão
transcendental imposta sobre a humanidade, equivale a dizer que é uma condição,
que determinada pessoa está obrigada a viver uma “vida material, num
determinado corpo-matéria, enquanto existência física.
A "vida
material", que é imposta a espécie humana, uma vez que mergulhados no
espaço global onde nos situamos a vivência dessa vida material, é um facto,
porquanto é a única que temos, e é experienciada por cada um de nós enquanto
existência física a viver num corpo-matéria, perecível.
Esta vida actual, não
é evidentemente uma "vida definitiva", porque termina, uma passagem
efémera por este mundo material, é o que os humanos têm esta estranha missão,
como que um "sarcasmo", marcado pela ironia de que afinal, não é uma
"vida legítima", mas
necessária por catapultar para outra dimensão de vida "sobrenatural".
Por mais que
quisermos saber dos "contornos" que envolve o final de cada um de
nós, uma certeza é absoluta, este mundo é material, possuímos uma existência
material, terminaremos enquanto existência física, pela extinção do nosso
corpo-materia, perecível.
Porquanto, somos
organicamente formados por corpo-matéria, perecível, submetido às leis
naturais, e como consequência directa
pela sua degradação.
Desde há muito tempo
que a ciência procura desvendar algo, sobre a natureza humana, porquê que ela
termina?
Nos temos uma
resposta: Ora se somos organicamente
formados por corpo-matéria, perecível, logicamente que a matéria é susceptível
de degradação, porquanto o corpo de que somos formados, degrada-se pela
falência orgânica, o que equivale a dizer que se extingue.
O mesmo significa
dizer que aquela pessoa "deixou de viver", porque o corpo deixa de ter vida, pela síndrome de disfunção generalizada, concretamente, a sua falência orgânica a extinção é inevitável.
Assim, a espécie
humana condicionada a "viver" uma vida material a semelhança de uma
"ante-câmara", porque se espera
(...), sendo que o seu final é irreversível.
Nesta expectativa de
que o nosso discurso possa deixar mais algumas percepções sobre o tema a
"irreversibilidade do tempo". António Cardoso
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