terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

"A irreversibilidade do tempo" (...) 303






A espécie humana tem a missão de se representar no tempo, no palco que é o mundo global onde nos situamos, em que a humanidade em geral e a pessoa em particular, dá essa imagem que se reproduz na vida de cada um, segundo o percurso que lhe couber.

Porquanto, é nesse "espaço temporal" que determinada pessoa está condicionada, porque terá obrigatoriamente que viver uma "vida material", sendo responsável por ela e pelo percurso que lhe der.

No entanto, são eximidos dessa responsabilidade, aqueles que pelo infortúnio da vida não tiveram a "sorte" de conduzir o seu percurso, tendo sido ingloriamente afastados do convívio da humanidade.

Referimos aqueles que por circunstâncias desastrosas, decorrente de catástrofes e outras situações  de que cujo desfecho foi fatal.

Sim, de facto, a esses "infelizes" marcados pela inevitabilidade circunstancial, não podem evidentemente ser responsabilizados por um percurso atípico contrário às suas vontades.

É verdade que a esses "infelizes" não puderam usufruir do percurso, que segundo o qual determinaria a sua "passagem", enquanto existência física, a viver determinada "vida material".

Que, contudo se veio a verificar como trágica e funesta, enquanto existência física vinculado a uma permanência de "tempo de vida" que essa pessoa abruptamente lhe foi interrompida, face à sua extinção que significa deixar de viver.

Essa desventura, algo sinistro, um acontecimento irreversível inerente à condição humana, não certamente pelos melhores motivos, nem aceitável que isso aconteça, mas submetidos a esta "imprevisibilidade" que arremessa para circunstâncias excepcionais e catastróficas.

Com efeito, a "tragédia" descreve algo dramático, um final triste que ocorre na vida das pessoas e em cuja dimensão da existência humana se confrange com esta desgraça subtil que contrasta, com a "sorte e felicidade" implícita ao homem e a mulher no mais íntimo de si.

É dessa expectativa, do sentido que é dado ao mundo e a vida, ao actual espaço global em que vivemos, alimentamos a esperança pela felicidade para vivê-la coexistindo, pelo príncípio pacífico desssa existência como sendo necessária e única, por um lado.

Por outro lado, porque o homem e a mulher, o tempo e o mundo que nos rodeia, porquanto, coexistir, significa existir simultaneamente, que decorre dessa oportunidade da vivência que une a humanidade ao mundo espaço global em que habita numa "comunhão" já estabelecida no tempo.

Portanto viver, é garantir a permanência em determinado "espaço temporal" um certo "tempo de vida" que se quer longa como imperativo da condição humana marcadamente pela ânsia e o prazer de viver.

É convergente esta ideia de "prolongar", enquanto fôr possível a  sua existência física,  de resto a humanidade  está ciente da "efemeridade da vida".

No entanto,  não deixa de manter este desígnio, mais do que uma obsessão, uma paixão "latente" contudo saudável e legítima o sentimento nobre pela vida

Assim, na expectativa de puder deixar mais algumas considerações sobre o nosso tema a "irreversibilidade do tempo". António Cardoso

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