Viver uma
“vida material” no actual espaço global onde estamos inseridos, é todavia
compreender que nada é definitivo neste mundo em que vivemos, porquanto a nossa
vida é para além de efémera, é também provisória.
Sobretudo,
se tivermos em consideração que determinada permanência de tempo que “alguém”
vive neste mundo material é temporário, algo passageiro (…).
É o destino
da vida humana viver uma “vida material” condicionada a uma permanência
temporal submetida a um corpo-matéria, perecível, susceptível às condições das
leis naturais.
Claramente
que a nossa constituição orgânica faz parte de um corpo-matéria, perecível,
logo o que é matéria, degrada-se como imperativo do fenómeno natural dessa
consequência.
0 percurso de cada pessoa é um
desafio que provoca certa atitude pela abordagem da vida, que se encara de frente esta realidade, que tem um
início mas que termina (...), enquanto existência física a viver num
corpo-matéria.
É de facto arrepiante perceber que afinal a vida que se vive é uma
"miragem", uma imaginação, contudo verdadeira, porque existe a vida,
porque sentimo-la.
O que acontece é o seu desenlace (...) algo que, a semelhança de como
numa cena teatral "cai o pano",
e revimos tal e qual os seus protagonistas, assim como a vida é algo trágica e funesta.
Uma passagem efémera cujo desfecho coloca-nos no "vazio" um
nada, uma ausência absoluta, da realidade, é o que se retira como conclusão da
vida, face a sua continuidade (...).
Se, efectivamente, não tivermos
como atitude de que a vida é
essencialmente material, enquanto vivemos no "mundo material", que é
o actual o nosso espaço global.
Contudo, a nossa vida não se
resume a esta "vida imperfeita" que vivemos enquanto existência física,
suportada por um corpo-matéria, perecível.
Como se de uma experiência se tratasse, a vida que levamos no actual
"mundo material", é de facto um "preliminar" de algo mais
concreto, contudo não ocorrerá neste actual espaço global que vivemos, existirá
sim numa outra dimensão que não esta terrena e material.
Ao "mundo material", compete o conhecimento actual do que é material, isto é o que é palpável (...) do espaço global em que vivemos, quanto ao "sobrenatural" nunca o saberemos, visto tratar-se de algo com "especificidade sobrenatural", que para o qual conhecimento é incompatível conhecê-lo.
O que é "sobrenatural", é outra dimensão que não é terrena nem
material, sendo por isso diametral esta oposição de o conhecer face a sua
"inacessibilidade".
Assim na expectativa de puder deixar mais algumas percepções sobre o
nosso tema a "irreversibilidade do
tempo". António Cardoso
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