O tempo é também o caminhar, prosseguir uma direcção em que
sabemos o ponto de partida como referência donde iniciamos o nosso percurso.
No entanto verificamos que as dificuldades e os obstáculos
existiram, mesmo assim não paramos, porquanto o impulso com o instinto para a
vida subsistiu nessa continuidade.
Esta manifestação súbita e arrebatadora que nos impele para
a determinação do nosso objectivo está implícita é a condicionante decisiva
para atingir os nossos propósitos.
E decorrido largo tempo, uma perplexidade se instala interrogando
com a finalidade de saber sobre se esse percurso com tanta contrariedade, num
mundo adverso em que circunstâncias inesperadas e inúmeras situações
desfavoráveis ocorreram.
Mesmo assim o desígnio que imperava era muito mais forte para
contrariar qualquer adversidade que eventualmente surgisse.
É este o tempo e a sua irreversibilidade, momentos que
pertencem ao passado, porquanto a irreversibilidade tornou esse passado “vivido”
como expressão imperativa, condição específica de tudo que é irreversível, porque
se impõe que assim aconteça, aliás como acontece a cada momento que é (…)
torna-se irreversível.
Esta dinâmica é sequencial por força categórica da
irreversibilidade esse complemento inseparável do tempo.
No nosso tempo actual cada vez mais imediato por ocorrerem vertiginosamente
certas situações, em que a nossa vida é semelhante a uma sequência de
acontecimentos que passa tão depressa, sendo que aquele que o dirige é o imediato
cuja função é delegada pelo tempo.
A título de comparação não se trata do comandante de uma
embarcação, como o seu nome faz entender, mas tão somente trazer este termo para
designar, que o imediato este oficial cuja função vem imediatamente abaixo a do
comandante de um navio, é quem assume o comando da embarcação por impedimento
do comandante por situações várias.
Esta metáfora pressupõe levar o nosso discurso no sentido de
mostrar a importância que o tempo tem cuja semelhança é imediata em que “alguém”
está delegada possa tomar as rédeas da
nossa vida.
E assim é que encontramos
esse “alguém” que é o tempo, no qual a nossa vida se desenrola,
porquanto estamos condicionados a “viver” determinado tempo (…) nesta “vida
terrena”.
Nada nesta vida material é definitiva, assim sabemos que
formados organicamente por corpo matéria, submetidos a efemeridade da vida
material.
Assim na expectativa de encontrar a direcção exacta,
deixamos mais algumas percepções sobre o nosso tema a “irreversibilidade do
tempo”. António Cardoso
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