O tempo ocorre em nossas vidas como que uma ciência cujo
conhecimento só é possível adquirir com uma vida "vivida", porque
decorre continuamente como se de um automatismo se tratasse, de certo modo que
é resultante de hábito mecanizado e instintivo.
As situações e consequências são aquelas que são por alguém
"vividas" dessa experiência
boa ou má, contudo, uma vivência impregnada com as
contingências da época, detalhes que em dado tempo tiveram o seu momento pelo
qual se tomaram certas atitudes.
Restando apenas a imagem moldada desse tempo, no imaginário
nostálgico ou alegre, contudo o tempo descreveu o seu percurso irreversível.
É vertiginoso lembrar a rapidez arrebatadora desse avanço
significativo do tempo passado cuja percepção não é ilusória, é algo (...) mais
sério e enigmático, que não se resume somente em afirmar para desmistificar.
O que não pode ser desmistificado, uma realidade sem
princípio e sem fim, continua sempre (...), mesmo sem os seus protagonistas do
momento, outros farão o percurso irreversível.
O tempo é também esta
incógnita em que se caminha para um percurso interminável (...) em que as
nossas vidas seguem determinada direcção (...).
Entendemos que o tempo é irreversível e coloca o indivíduo
nessa conjuntura, porquanto ele sabe e tem a noção que é corpo-matéria,
perecível e consequentemente desse decurso do tempo mais se aproxima,
irreversivelmente, da sua finitude humana (...).
Que lhe é imposta categoricamente, de que é algo
"descartável", afinal é corpo-matéria, perecível, é no fundo isso
mesmo.
O que interessa e o que lhe está subjacente é uma outra
parte, imperecível e imortal, que é "alma ou espírito".
Curiosamente, a humanidade se aparta deste promenor, desta
realidade, talvez haja um défice esclarecedor, cuja complexidade faz entender
esta incongruência ainda latente (...).
Que se presume entre o supérfluo e o indispensável, qual
deles o melhor?!
É do acessório que optámos, preterindo o essencial e assim
quantas vezes na vida a escolha é: interesseira, mordaz, sarcástica e penalizadora,
egoísta etc.
Naturalmente, o desejo da humanidade, é viver nem que para
isso se descubra algo (...) mais radical para prolongar a sua vivência, o indivíduo
tem ânsia de viver (...) é uma preocupação natural, um pensamento legítimo e
exequível.
Se tivermos em consideração com os avanços da medicina,
muito se tem feito para permitir a longevidade da humanidade imperativo que ela
abraça com firmeza e convicção.
No entanto, ao indivíduo em particular cabe-lhe o direito de
zelar pelo seu estado de saúde, compreende agora, irreversivelmente a
falibilidade da "vida material", caminha com um desígnio de que fará o melhor que puder para preservar
a vida que tem.
Assim o nosso discurso procurou a direcção exacta para
deixar mais algumas considerações sobre o tema a "irreversibilidade do
tempo". António Cardoso
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